segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O que é Jornalismo?


Durante o período dos anos 1960 a 1980, a ditadura militar censurava todos os meios que o jornalismo encontrasse para expressar a opinião de movimentos revolucionários. Mas após uma longa guerra contra a censura, o jornalismo e a mídia em si se desenvolveram, mais tarde estabelecendo-se diante da opinião social como o quarto poder. Por isso, com ou sem diploma, pouco importa; a mídia deve ser vista como constante formadora de opiniões sempre, daí a necessidade de tamanha responsabilidade.
Mas é nítido que a queda da obrigatoriedade do diploma de jornalismo trouxe à tona a crise que o jornalismo vive desde que todas as pessoas puderam ser autoras das próprias notícias, e fatos não apurados. A “queda” do diploma oficializou o que desde muito antes já existia, pois essa ausência total de censura que a internet permite, aumentou a quantidade e a força dos jornalistas não diplomados, a “web 2.0” pode ser considerada uma “arma” que causou esse desfecho aos jornalistas diplomados.
O ex-empresário da área de tecnologia convertido em crítico cultural, Andrew Keen, critica sua própria invenção, ou o rumo que ela tomou no livro “O culto do amador”. Onde se pode concluir essa evolução mal encaminhada da web.
O mundo ficou muito mais rápido em termo de telecomunicações, e essa evolução tão rápida quanto à velocidade da luz não foi compatível com a preparação de toda uma sociedade para recebê-la. O crescimento tecnológico acaba por engolir suas próprias inovações em cerca de dias, ou meses, dando lugar a novas criações. Imaginem só o que não acontece com as opiniões da humanidade em meio a esse excesso de informações nem sempre verdadeiras a que somos a todo o momento expostos.
A impressão é de que a internet sempre esteve presente em nossas vidas, pois se tornou ferramenta essencial para aqueles que trabalham, estudam e até para o cotidiano das donas de casa que também se utilizam dessas facilidades para trocarem receitas, por exemplo.
O fato é que essa evolução sem freios da web, e consequentemente o despreparo educacional de uma sociedade para tanto e em tão pouco tempo, se transformou em um “monstro” para a comunicação, antes fornecida apenas por trabalhadores do conhecimento, jornalistas sérios, apaixonados pela vivência de uma redação, onde é apurado linha por linha de tudo o que é passado para seus leitores, com fontes de informação segura.
Hoje qualquer um pode transformar informações em notícia, e se classificar como um comunicador, o que não deixa de ser realmente um estilo de comunicação, mas com a diferença do compromisso levado a sério com a verdade. Esse excesso de informações, que chegou junto com a tecnologia da web 2.0, tornou-se a neurose do século, já que todos sentem a necessidade de se expressar e se tornarem parte da mídia, via, twiter, orkut, msn, myspace, facebook, blogs e outros meios.
Como lembra o jornalista Cláudio Julio Tognolli: “escrever sobre mídia sem trabalhar na mídia é colecionar selos, mas não mandar cartas”. Isso significa que todas as responsabilidades que formadores de opinião devem ter fazem parte uma missão que deveria ser exercida somente por profissionais que certamente terão de arcar com consequências, se o que transmitirem à sociedade não estiver do lado da verdade, da apuração e compromisso profissional. Ser jornalista é ter consciência do seu papel na sociedade.
A questão é que o jornalismo sempre soube lidar e sobreviver em meio às crises, já que vive de crises. Mas colocando em questão a parte que cabe a cada um de nós, será a sociedade capaz de selecionar o joio do trigo? Tendo em vista o mal que a informação sem limites pode causar e já causou na nossa sociedade hoje perdida entre verdades e mentiras, é arriscado dizer que sim.
Essa é a parte que cabe a cada um de nós. O compromisso de procurar fontes de informação e conhecimento que sejam, no mínimo, profissionais.

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